História

Onde tudo Começou

A história do Harmonia Clube de Campo começou há cerca de 50 anos, quando o médico Germano Rudnner ainda era dono de um grande lote de terras, onde hoje fica localizado o Jardim Harmonia. No fundo desse terreno, depois de uma arvoredo de mata nativa, havia uma abundante mina de água. A geografia permitia ainda uma vista privilegiada das colinas intocadas, onde hoje está erguido o Parque do Lago, fazendo do lugar um recanto natural de grande beleza. O médico formou ali uma chácara de lazer. Mandou limpar o bosque e construir mesas e bancos de madeira embaixo do arvoredo.

Junto da mina foi construída uma piscina de água natural, talhada no solo argiloso característico do Arenito Caiuá. Era um refúgio, um lugar de descanso e lazer para Germano, sua esposa, filhos e amigos. Hospitaleiros, os Hudnner costumavam receber muitos convidados para desfrutar com eles, nas tardes quentes do nosso verão, a que foi a primeira piscina de Umuarama. “A chácara do Dr. Germano já era um ponto de encontro de famílias de Umuarama em 1960”, diz o pioneiro Antônio Jarenco, de 86 Anos

Em busca de um recanto de lazer

“Naquela época, não havia o que fazer em Umuarama. Éramos todos jovens e queríamos um recanto para ouvir uma música, fazer churrasco com a família e os amigos, um lugar para ir depois do trabalho”, relembra o pioneiro Nelson Bega, um dos fundadores do HCC. O dono do título número 5 é um dos poucos que ainda podem contar essa história. Bega era muito amigo do Dr.Germano e um dos frequentadores mais assíduos das festas e reuniões promovidas em sua chácara. “A ideia simplesmente surgiu nas conversas que tínhamos. Um foi falando para o outro e, quando vimos, já estamos fazendo acontecer”. Os jovens empreendedores eram: Lúcio Pepino, Divon Scapin, Nelson Bega, Altelori Eli Roque Gubert e Tadaharu Yokohama. Eles uniram forças com o Dr. Germano Rudner para fazer da chácara – já famosa em toda a cidade – um clube campestre.

Logo eles ganharam a adesão de mais cinco amigos: Yoshikazu Uenura, Max Nelson Podeski, Massaiuki Okunura, Aldo Colegari e Agenor Giácomo Clivanti. “Tomamos conhecimento de que uma empresa lançara um clube em Guaíra e fomos pessoalme- nte conhecer o negócio. A princípio, a ideia vinha ao encontro dos nossos anseios”, relata Nelson Bega. Gubert, Lúcio Pepino, Divon Scapin e Nelson Bega foram então até a cidade de Guaíra para conhecer pessoalmente o Harmonia Coutry Clube, uma realização da Emseque (Empreendimentos Sete Quedas). Lá, foram atendidos pelo engenheiro Francisco Freire, proprietário da empresa e responsável pelas obras. Poucos dias depois, Freire veio conhecer a chácara do Dr.

Germano. Encantando com o local, ele confirmou o que os amigos já haviam percebido anos antes – a chácara tinha potencial para se tornar um belíssimo clube de campo. Depois de vários encontros, um contrato foi lavado para que a Emseque promovesse a venda dos títulos e, com os recursos captados, realizasse a construção da infraestrutura básica do clube, ou seja, piscinas, vestiários, campos de futebol e quadras esportivas. A notícia de que Umuarama teria um clube social e esportivo correu e chamou a atenção de todos da cidade e da região. De acordo com Bega, no final do ano de 1963, houve até comemorações para a notícia. “Foi a novidade do momento. Todo mundo especulava sobre o novo clube, como funcionaria, quem poderia participar. Não se falava de outra coisa”.

Nasce Harmonia

Depois do negócio fechado, já no início de 1964, Francisco Freire montou em Umuarama um escritório de representação da Emseque. De Guaíra veio o gerente, o jovem Maurino Marques, um jogador de futebol bastante conhecido na região. Eles locaram uma sala na Praça Santos Dumont (sobreloja do Bar do Sato) e montaram uma equipe de trabalho. Entre os contratados: Ilídio Coelho Sobrinho (datilógrafo), Perciliana Barbosa (secretária), Alceu Penteado e Francisco de Assis (vendedores), entre outros. “Era um grupo bem jovem”, relembra o hoje jornalista Ilídio Coelho Sobrinho. Ele revelou com exclusividade à Revista Harmonia que o cargo de datilógrafo do escritório da Emseque foi o seu primeiro emprego, quando ainda tinha apenas 17 anos. “Os títulos vendiam muito bem. Datilografei centenas deles, até ficar com o dedo doendo”, conta aos risos num reencontro histórico com o ex-colega Maurino.

Primeira diretoria

A primeira diretoria a comandar o Harmonia Clube de Campo foi composta justamente pelo grupo dos 10 amigos do Dr. Germano que iniciaram esta empreitada. No dia 01 de março de 1964, tomaram posse: Divon Scarpin (presidente), Lúcio Pepino (secretário), Alteloir Eli Roque Gubert (tesoureiro), Tadaharu Yokohama (diretor social) Nelson Bega (diretor de esportes) e Max Nelson Podeski, Yoshikazu Uenura, Massaiuki Okunura, Aldo Calegari, Agenor Giacomo Clivanti (diretoresconselheiros), cujos nomes estão definitivamente registrados na história dos pioneiros fundadores do Harmonia Clube de Campo e também do município de Umuarama. “Foi somente neste dia que a chácara deixou de ser legalmente do Dr. Germano Rudner”, relata o fundador Nelson Bega. O pioneiro Antônio Jarenco também se lembra disso. Segundo ele, “o Dr. Germano era um homem muito inteligente e não iria entregar aquilo lá (referindose a propriedade do HCC), sem ter certeza de que o clube iria sair. Quando ele transferiu a escritura, já tinha muita coisa pronta e o clube estava andando sozinho”.

“Inicialmente, além de vender os títulos, nós alugávamos o HCC para eventos. A piscina já tinha uma estrutura um pouco melhor e a área com churrasqueiras era muito procurada para festas de casamento e aniversários”, diz Maurino. As obras para a construção de uma nova piscina foram iniciadas ainda em 1964. Segundo Maurino, era um grande empreendimento para a época. “À empresa cabia uma porcentagem sobre o valor da venda dos títulos. Mas, todo o montante das vendas e da arrecadação com as mensalidades eram investidos nas obras, com a supervisão dos sócios”, afirma. O lançamento da nova piscina foi um sucesso. Médicos, fazendeiros, advogados, jornalistas, profissionais liberais, funcionários públicos e empresários de vários ramos se associaram. As obras iam de vento em popa e o fato de não existir clube na cidade atraiu ainda mais. Logo, o Harmonia se tornou referência na cidade, foi absorvido e incorporado ao dia a dia dos jovens. Eram constantes os encontros, eventos, rodas de violão e bailinhos de fim de tarde. “Os próprios sócios foram consolidando a idéia de clube e a Emseque pôde concluir o seu trabalho e entregar o Clube para que seus associados pudessem administrar”, relata Maurino. Segundo ele, tudo transcorreu de forma muito natural. Encerradas as atividades do escritório da Emseque, Maurino permaneceu no Clube como funcionário por mais algum tempo e, depois, voltou para sua cidade natal onde até hoje reside e possui uma empresa gráfica.